domingo, 14 de fevereiro de 2010

Árvores não têm boca para gritar e nem pernas para correr da motosserra

Árvores são seres especiais, que transformam luz em matéria, calor em sombra fresca e chuvas em nascentes.
Há 200 anos, a área ocupada hoje pelo município de Muriaé era praticamente toda coberta pela Mata Atlântica. Não é à toa que a região chama-se Zona da Mata. Havia harmonia entre os índios Puris e Coroados, que aqui viviam, e a vegetação.
Vieram os colonos, as atividades agrícolas, a ocupação urbana, o progresso desmensurado e o município foi perdendo a sua cobertura verde.
De cada 100 árvores da Mata Atlântica original, da época do Descobrimento do Brasil, 93 já tombaram. Ou seja, hoje restam apenas 7% da Mata Atlântica nativa, que se estendia pelo litoral brasileiro.
Em Muriaé, apesar da falta de estudos a respeito, estima-se que este número ultrapasse a absurda média nacional de degradação. Com o corte das árvores, muitas nascentes secaram, o ar ficou mais denso e o calor foi aumentando.
Quem duvida que uma árvore funciona como um ar condicionado?
Inventaram a internet, a fotografia digital e a possibilidade de se dar voz às árvores. Assim, este espaço tem como meta mostrar a situação das árvores em Muriaé. Aqui as ações e iniciativas que indicam avanços e retrocessos em relação ao plantio, crescimento, poda e corte de árvores serão retratados.
O objetivo é apenas informar sobre o que vem sendo feito em relação às árvores do munícipio. Já que elas não têm boca pra gritar socorro ou dizer muito obrigado, faremos este serviço.
Toda opinião que fuja ao lugar comum será bem vinda. Participar da defesa e elogios das árvores de Muriaé só depende de você.